segunda-feira, 4 de março de 2024

TIRINHAS





 

Texto: Pawlo Cidade

Deadpool: Marca registrada da Marvel

Jorge Amado: Foto de Mario Ruiz

Mais tirinhas na minha página oficial do Instagram: @pawlocidade


quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

SE A MULA SE RETAR, SAI DE BAIXO!

 

Prédio da Biblioteca Pública Adonias Filho, Praça Castro Alves, Ilhéus/BA.

Abandonado pelo governo atual.

 

Até quando permaneceremos omissos ao descaso com que nosso patrimônio cultural vem sendo submetido? Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, autor do clássico “As Veias Abertas da América Latina” estava certíssimo quando disse que “vivemos em plena cultura da aparência”. Observe: “o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral importa mais que o morto, as roupas importam mais do que o corpo, e a missa importa mais do que Deus”. 


Na educação da Bahia, diga-se de passagem, o resultado é mais importante que o processo. Claro que ter muitos alunos com capacidade de leitura, escrita e interpretação de texto aprovados é um sonho de resultado. Mas para se chegar a isso muitos aspectos devem ser observados, sobretudo, o trabalho exaustivo da professora em sala de aula. Mas seguindo a ideia de Galeano e não a fala dele, a escola que reprova alunos é uma escola autoritária. Como é que é? É!... E quem disse que é você, professor, professora, que decide que o aluno deve ou não passar de ano? Hein, Naninha? Rapaz, esta declaração dada pelo nosso governador me trouxe a lembrança a frase célebre e cirúrgica do saudoso Octávio Mangabeira, que governou a Bahia de 1947 a 1951, que diz: “Pense num absurdo, na Bahia tem precedente”.


Mas na retomada desta minha escrita neste programa, meu foco é o prédio escolar General Osório que funcionou como escola pública durante mais de oitenta anos. Depois se transformou na casa do livro e da leitura, a Biblioteca Pública Adonias Filho e o Arquivo Público Municipal João Mangabeira. A aparência que se tem da Biblioteca, hoje abandonada, portas fechadas, janelas desabando, livros espalhados pelo chão, mofo, ratos, baratas e festa das traças é que os responsáveis por fazê-la ressurgir das cinzas são uns ignorantes. É até ofensivo afirmar isso. Ignorantes. Mas a ignorância, não é Ediel?, muitas vezes, é a única cultura que algumas pessoas tem. E, não tenho nenhuma dúvida que elas sabem que “a cultura de um povo é o seu maior patrimônio”. O que dizer então de uma biblioteca pública?


Posso dizer uma coisa, Vila? O prédio centenário já ruiu. Desabar é só uma questão de tempo. E você pensa que vão erguer uma biblioteca novinha, cheia de livros cheirosos, esperando os mais ávidos leitores e pesquisadores para folheá-los? De-sis-ta. Quando isso acontecer, no dia seguinte, uma rede de fast food se apropria do terreno e deixa apenas um pedaço da fachada, de preferência a que está escrito “Sexo Masculino” de um lado e “Sexo Feminino” do outro. Mas quem disse que se honra a cultura, preservando a sua fachada? Quem disse que se honra a cultura, distribuindo migalhas? Quem disse que se honra a cultura, comercializando as praças? Quem disse que se honra a cultura, aparelhando sua estrutura? Eu não disse. Se você disser que eu disse, eu digo que é mentira.


E, por fim, parafraseando uma grande escritora nigeriana, autora de “A coisa à volta do seu pescoço”, entendedores entenderão, a biblioteca não faz as pessoas. As pessoas fazem a biblioteca. Se uma cidade inteira de leitores, artistas, professores, profissionais liberais, jornalistas, advogados não fazem parte da biblioteca, então deixem ela ir ao chão. 


As pessoas criticam tanto a falta de esgoto na sua rua, a lâmpada que queima toda semana no seu bairro, o lixo que não é recolhido, a falta de professor na escola e a mãe de Pantanha que não deu bom dia a você quando cruzou a esquina, por que não critica o pouco investimento que este governo faz em cultura?


Naninha, Seu Jorge, Dudu, Vila, investir em cultura não é caridade. É uma necessidade essencial para a vida do cidadão. Prova disso foi a pandemia, que, pelo visto, muita gente já esqueceu. 


Enquanto isso, fiquem sem teatro, sem biblioteca, sem arquivo público, sem circo, sem nada. Um povo sem cultura é como mula no cabresto. A gente leva para onde quer. Mas se a mula se retar, sai de baixo!


sábado, 26 de agosto de 2023

JÁ ESTÁ À VENDA "A ÚLTIMA FLOR JUMA", NA AMAZON


Formato Kindle ou Tablet

 

“A última flor juma” narra a saga de um pai e 

três filhas vivendo a beleza e as agruras da vida na Amazônia.



Em meados de 1960, seringueiros, caucheiros, madeireiros e pescadores em Canutama, Amazônia, às margens do rio Assuã, quase exterminaram o povo juma. Aruká Juma era um dos sobreviventes da sua etnia. O indígena morreu aos 86 anos, vítima de complicações da coronavírus, no dia 2 de fevereiro de 2021. Foi a partir deste acontecimento que Pawlo Cidade (55), autor ilheense, membro da Academia de Letras de Ilhéus, ficcionou “A última flor juma”. A história é dedicada a Aruká Juma e todos os povos originários.

“A última flor juma” narra a saga de um pai e três filhas vivendo a beleza e as agruras da vida na Amazônia. Aruká Juma, remanescente da etnia Juma, e suas meninas Estrela D’água, Filha Branca e Menina do Rio lidam com um mundo em contradição. De um lado, a exuberância da floresta, a harmonia da natureza e a magia das histórias. Do outro, a violência e a opressão de contrabandistas, seringueiros, grileiros e madeireiros que se apossam da terra e do trabalho de indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores. A última flor juma é uma história de amadurecimento, uma crítica social contemporânea e uma ode às tradições populares da região amazônica.


O e-book também pode ser lido por celular ou notebook. 
Basta baixar gratuitamente o Amazon Kindle


Pawlo Cidade (55) é também pedagogo, dramaturgo e gestor cultural. Autor, dentre outros, de “O colecionador de lembranças” (TPI Editora), “O tesouro perdido das terras do sem-fim” (A5/Via Litterarum Editora) e “Rio das Almas (Chiado Books). “A última flor juma” é também um manifesto contra todos os que querem sufocar, matar as cantigas, a história e a voz dos povos originários”, afirma o autor.

O livro, exclusivamente em e-book, está disponível à venda na Amazon desde o dia 26 de agosto, ao preço de R$ 24,99. Para os assinantes da kindle unlimeted o acesso é gratuito. Não é necessário ter um kindle para baixar o livro. Você pode lê-lo através do celular, tablet ou notebook. Basta baixar o aplicativo Amazon Kindle gratuitamente no Play Store. “A última flor juma” concorre ao Prêmio Kindle de Literatura. 

 

terça-feira, 22 de agosto de 2023

A ÚLTIMA FLOR JUMA chega em breve!



 Livro será lançado em formato e-book. 
Estará disponível na Amazon até o final de agosto de 2023.


A última flor juma narra a saga de um pai e três filhas vivendo a beleza e as agruras da vida na Amazônia. Aruká Juma, remanescente da etnia Juma, e suas meninas Estrela D’água, Filha Branca e Menina do Rio lidam com um mundo em contradição. De um lado, a exuberância da floresta, a harmonia da natureza e a magia das histórias. Do outro, a violência e a opressão de contrabandistas, seringueiros, grileiros e madeireiros que se apossam da terra e do trabalho de indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores. A última flor juma é uma história de amadurecimento, uma crítica social contemporânea e uma ode às tradições populares da região amazônica.

 

segunda-feira, 31 de julho de 2023

MEMBRO DA CADEIRA Nº 13



Em 26 de agosto de 2010 tomei posse da cadeira nº 13, como membro efetivo da Academia de Letras de Ilhéus, fundada em 1959. Antes, a cadeira 13 fora ocupada por Zélia Gattai, autora de, entre outras obras, "Anarquistas, graças a Deus" e bem antes ainda, por seu marido o escritor baiano Jorge Amado, que também foi fundador da cadeira. 

Meu patrono não poderia ser melhor, o grande poeta Castro Alves. 13 anos se passaram, como se fossem 13 dias.

terça-feira, 25 de julho de 2023

DIA DO ESCRITOR

 

"O Dia Nacional do Escritor surgiu por meio de uma portaria, assinada em 21 de julho de 1960, do então ministro da Educação e Cultura Pedro Paulo Penido (1904-1967). A escolha do dia 25 de julho para a comemoração do Dia Nacional do Escritor ocorreu porque, naquele ano, nessa data, seria realizado o I Festival do Escritor Brasileiro, no Rio de Janeiro, promovido pela União Brasileira de Escritores (UBE), cujo vice-presidente era o escritor Jorge Amado (1912-2001)."

 

"Assim, o ministro, por considerar o 25 de julho uma data significativa em função da realização do festival patrocinado pela União Brasileira de Escritores (UBE) e pelo fato de que, segundo ele, essa instituição “tem prestado à cultura nacional relevantes serviços, estimulando as letras e defendendo os direitos de quantos a elas se consagram”, instituiu o Dia Nacional do Escritor, com o objetivo de homenagear escritores e escritoras de todo o país."

 

 

FONTE: 

 

Veja mais sobre "25 de Julho — Dia Nacional do Escritor" em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-nacional-escritor.htm

sábado, 22 de julho de 2023

ENTREVISTA



"Escrevo como as lavadeiras de Alagoas..."



VIA LITTERARUM: Encontros Prosa e Versos com o poeta, escritor, ator e gestor de cultura PAWLO CIDADE

A Editora Via Litterarum – Via entrevista o poeta, escritor, ator e gestor de cultura Pawlo Cidade, abordando algumas questões com vistas à compreensão acerca do ato de escrever e sobre a criação literária propriamente dita. 

SOBRE O ATO DE ESCREVER

VIA -Como e em que momento ou circunstância se percebeu como LEITOR e que a leitura faria parte de sua vida?

PAWLO - Quando eu me tornei presidente de um clube de leitura de revistas em quadrinhos. 

VIA -Como e em que momento ou circunstância se percebeu como CRIADOR LITERÁRIO ou AUTOR e que escrever faria parte de sua vida?

PAWLO - Quando li “Um estudo em vermelho”, de Conan Doyle, e fiquei maravilhado com a trama e a escrita. Pensei, se é possível fazer isso na literatura, eu quero ser escritor. E a partir daí, não parei mais de escrever. Eu tinha 15 anos.

VIA -Hoje, em termos de ocupação do tempo dedicado ao trabalho, qual o espaço ocupado pela literatura?

PAWLO - Gosto de escrever de 4 a 8 horas por dia, sobretudo, quando estou num projeto novo. Neste momento estou em tratamento de saúde, mas ela, a saúde, não me privou da escrita, nem da leitura. Leio, em média, quando não estou escrevendo, 2 romances por mês. Não consigo viver sem escrever. Afora isso, sou produtor de uma feira literária e presidente da Academia de Letras de Ilhéus.


"A literatura é para os que leem, 
a busca incansável de uma representação, 
de um ser estar, de uma identificação 
que transcende a nossa lógica e os nossos sonhos..." 


VIA -Alguns autores escrevem como uma necessidade existencial. Se fosse possível resumir a motivação principal do porquê escreve, qual seria?

PAWLO - Gabo certa vez disse, e eu uso isso como uma missão de vida, “se você consegue viver sem escrever, não escreva”. A literatura é para os que leem, a busca incansável de uma representação, de um ser estar, de uma identificação que transcende a nossa lógica e os nossos sonhos. Mas para os que escrevem, a transposição real daquilo que é vista e lembrada pelas mãos testamenteiras do escritor.

VIA -No período de um dia, qual seria a rotina enquanto escritor?

PAWLO - Gasto, em média, 4 horas escrevendo, às vezes até 8. Fora isso, costumo ler bastante. Quando não estou escrevendo nem lendo, estou pesquisando. E, pesquisa requer muita leitura. Prefiro escrever pela manhã.

VIA -Como fica a relação entre INSPIRAÇÃO e REELABORAÇÃO DO TEXTO ESCRITO na sua criação literária?

PAWLO - A primeira impressão nunca é a que fica. Explico: escrevo como as lavadeiras de Alagoas, analogia feita por Graciliano Ramos, ao comparar sua escrita com o ofício daquelas. “Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer...” Depois do primeiro tratamento, da primeira versão, imprimo, releio, reescrevo. Depois vem o segundo e o terceiro tratamentos. Torço o texto até não pingar uma só gota. Como Graciliano mesmo disse, “a palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”. E a gente só descobre isso quando lê. Lê muito. É 10% inspiração. 90% é trabalho. 

SOBRE A CRIAÇÃO LITERÁRIA

VIA -Seguramente, todo escritor é antes um leitor. Enquanto leitor, qual autor (ou autores) e qual obra (ou obras) considera mais relevante para ser o escritor que é?

PAWLO - Com certeza. Mais gostoso do que ler, é escrever. Mas, se você não lê, dificilmente terá vontade e criatividade para escrever. Meus autores preferidos são Gabriel García Márquez (Cem anos de solidão, Ninguém escreve ao coronel, Crônica de uma morte anunciada, O amor nos tempos do cólera); Juan Rulfo (Pedro Páramo, O galo de ouro); José Saramago (Levantado do chão, O ano da morte de Ricardo Reis, O homem duplicado); Franz Kafka (A metamorfose); Conan Doyle (Um estudo em vermelho); Miguel Ángel Artúrias (O Senhor presidente); José Sarney (O dono do mar); Murilo Rubião, Isabel Allende (A Casa dos espíritos); Jorge Amado, Adonias Filho, Graciliano Ramos (Memórias do Cárcere) e mais recentemente James Joyce (Ulisses), William Faulkner (A fábula) e tantos outros. Destes, Gabriel é o meu preferido.

VIA -Da primeira publicação até hoje, quantas obras possui?

PAWLO - 22 livros. Três contos. 1 livro inédito de poesia.

VIA -Qual obra considera a principal?

PAWLO - Difícil dizer. A gente nunca acha que escreveu “a obra”. Talvez ela ainda esteja por vir. Mas se tivesse que escolher como romancista: “O santo de mármore”, romance histórico; e “O colecionador de lembranças”. Como autor infantojuvenil, “O caminho de volta”.


"Outro dia escrevendo “A última flor juma” 
achei que já havia terminado. De repente, 
revisitei a escrita e descobri que não tinha fim. 
Não que precisasse explicar o fim, 
mas faltava um fim, mesmo sem fim. Entende?"


VIA -Em qual gênero literário se situaria a parte principal de sua criação literária e que experiências possui em relação aos outros gêneros literários?

PAWLO - Realismo mágico, fantástico, maravilho. Embora alguns digam que é apenas uma vertente da literatura e não um gênero propriamente dito. Também gosto muito de escrever para jovens. A literatura juvenil me encanta. Acho difícil escrever para crianças. 

VIA -Quando escreve ficção, ao iniciar, a narrativa está praticamente pronta ou essa tem vida própria, surpreendendo o próprio autor, só se conhecendo o enredo e o fecho no próprio processo de criação?

PAWLO - A técnica é importante. Uso sempre um mapacena. Mapacena é a planta-base, o desenho do livro em capítulos; os capítulos em cenas; cada cena com a sua story line própria. Mas a história, por mais que a gente deseje um final, a trama vai se intensificando, os personagens ganham independência, e o resultado é sempre diferente da primeira concepção. Outro dia escrevendo “A última flor juma” achei que já havia terminado. De repente, revisitei a escrita e descobri que não tinha fim. Não que precisasse explicar o fim, mas faltava um fim, mesmo sem fim. Entende?

VIA -Como vê a literatura em tempos de Internet, redes digitais, ChatGPT e outros aplicativos de Inteligência Artificial?

PAWLO - Como algo inevitável. Mas ela jamais substituirá quem consegue colocar os sentimentos no papel. E essa capacidade é uma dádiva do ser humano, do escritor. A inteligência artificial vai só na “artificial” mesmo. E os e-books, e tantos outros troços aí, não vão substituir a experiência de ter um livro físico nas mãos.

VIA -Qual o maior problema para a poesia e a ficção, em uma palavra, para a literatura hoje?

PAWLO - Chegar a um maior número de leitores. Distribuição.

VIA -Em qual(ou quais) projeto(s) literário(s) está se dedicando no momento?

PAWLO - Acabei de finalizar dois romances juvenis: “A última flor juma” (ainda sem editora) e “Meu professor é um lobisomem” (que vai sair pela Caravana Editorial de Belo Horizonte). Estou na fase de pesquisa do romance “A invenção de Santa Cruz”, que pretendo lançar em 2024. Estou escrevendo dois projetos para festa literária de Ilhéus – FLI e o Salão do Livro Conquista e um outro projeto de pesquisa sobre o movimento teatral dos anos 80 e 90 no Sul da Bahia.

domingo, 9 de julho de 2023

ROMANCES










 

R$ 50,00 (incluso frete para todo Brasil).

PIX: 73.99154.7019

(Ao realizar pagamento envie comprovante).


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