sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A IMORTALIDADE NA RUA DOS TIJOLOS INGLESES


Senhor Presidente, confrades, confreiras, autoridades, meus amigos, minhas amigas, meus irmãos, minha família. Saúdo a todos dizendo que o orgulho é a lâmina que fere, mas a humildade é a libertação da alma. É afirmando este pensamento, alicerçado em pilares como honra, respeito, dignidade, honestidade e muito, muito amor, herdados do meu pai Getúlio Soares, o “GG” para os íntimos, e Maria Eutália, minha mãe, tão carinhosamente chamada por muitos de “Tatai”, “Marita”, “Tia Marita” que dou início aos meus agradecimentos.
Meu pai nos deixou há dez anos e minha mãe há três. Se estivessem vivos, estariam sentados aí, do lado de vocês, sorrindo, felizes, regozijados e convictos de que cumpriram os seus papéis. Foi por eles e com eles que eu trilhei o caminho que me trouxe aqui, hoje, nesta noite, para fazer parte desta mesa de ilibadas personalidades que dignificam e dignificaram o brio desta Academia.
Deus, em Sua infinita bondade me concedeu a honra de ter como patrono da cadeira que hoje ocupo, o inigualável Antonio Frederico de Castro Alves. O filho de Dona Clélia Brasília da Silva Castro e do Dr. Antonio José Alves que nasceu no dia de fundação desta Academia, 14 de março, que por justa homenagem é também chamado de Dia da Poesia. Coincidentemente, ao se apaixonar pela atriz Eugênia Câmara, Castro Alves entusiasma-se pela vida teatral e escreve o drama “Gonzaga”. Nesta mesma época ele consagra-se o poeta que se tornou.
(...)
O fundador desta cadeira, meus amigos, é nada mais, nada menos que o homem que levou Ilhéus para os quatro cantos deste planeta. Ele fez com que os visitantes que aqui se hospedam acreditar na existência de personagens como Nacib, Gabriela, Tonico Bastos etc; o homem que fez os quitutes de Dona Flor ganharem o mundo; os gritos de Pedro Bala serem ouvidos; as loucuras de Tiêta serem contestadas; os santos ganharem vida e um gato se apaixonar por uma andorinha. Eu falo do homem que escolheu Ilhéus como seu lar, que viu seu pai ser ferido numa tocaia dentro de sua fazenda, fugiu do colégio interno, fundou jornais, virou comunista, advogado, deputado e acima de tudo escritor. O escritor, filho de Seu João Amado de Faria e de Dona Eulália Leal. O escritor Jorge Amado.
(...)
A antecessora desta cadeira, foi esposa de Jorge por 56 longos anos. Cúmplice, analista, memorialista, fotógrafa. Ela, uma leitora entusiasta de Jorge Amado que se apaixonou por ele trabalhando junto no movimento pela anistia dos presos políticos. Era ela quem passava a limpo, à máquina, os originais de Jorge e auxiliava-o no processo de revisão. Escreveu seu primeiro romance aos 63 anos de idade. Seu livro de estreia “Anarquistas, graças a Deus” vendeu mais de 200 mil exemplares. Ela escreveu nove livros de memórias, três livros infantis, uma fotobiografia e um romance chamado “Crônica de uma namorada”. Sim, a antecessora desta cadeira foi Zélia Gattai Amado.
(...)
O fato, meus amigos, é que eu já sentei no chão do banheiro, enquanto via minhas lágrimas se misturarem com a água que escorria pelo chuveiro. Já corri tanto até não agüentar mais. Subi no telhado da vizinha querendo ver a filha dela tomar banho. Já ouvi tantos “nãos” da minha mãe que me tranquei no quarto sem querer falar mais com ninguém. Briguei com o meu pai porque ele não queria que eu fosse a uma festa. Mandei meu avô ir cantar coco só porque ele não me deu dinheiro para comprar um sorvete.
(...) Já plantei uma árvore, já colhi cacau, mandioca, milho. Tive um filho, perdi outro. Já amei muitas vezes, e sofri muitas vezes também. Até que um dia eu aprendi que não adiantava correr atrás das borboletas. Era preciso cuidar primeiro do meu jardim.
Já fui ajudante de pedreiro, auxiliar administrativo, mecanógrafo, estagiário, membro do centro cívico, menino de recados, namorador, desenhista, letrista, pintor, balconista, chefe de seção, coordenador pedagógico, professor.
(...) Minha Tia Avó acredita que eu herdei o dom da escrita do meu bisavô Manoel Pedro das Dores Bombinho... É dele um dos mais raros poemas da literatura brasileira com 5.984 versos sobre o mesmo tema. Bombinho, como era chamado, escreveu “Canudos, história em versos” em 1897 e 1898.
Não sei se serei um dia um Jorge Amado ou uma Zélia Gattai. “Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens” (Fernando Pessoa). O tempo, as coisas, a vida me ensinou que melhor que ter dinheiro é ter amigos. E que “a gratidão é o único tesouro dos humildes” (Shakespeare).
O fato é que “há homens que desistem de lutar. Estes são dispensáveis. Há homens que nunca desistem de lutar. Estes são imprescindíveis. Por isso eles são imortais”.
O certo mesmo é que combati o bom combate, batalhei por minha carreira e guardei minha fé.
Obrigado, meu Deus. Obrigado, meus amigos, obrigado a todos vocês!

(1) Resumo do discurso de posse na Academia de Letras de Ilhéus, dia 26 de agosto de 2010. Pawlo Cidade ocupa hoje a cadeira número 13.
(2) A rua Antônio Lavigne de Lemos, onde está localizada a Academia de Letras, é também chamada de Rua dos Tijolos Ingleses. Foi a primeira rua a ser pavimentada na cidade de Ilhéus, com paralelepípedos vindos da Inglaterra, que serviam de lastro de um navio que aqui veio buscar mercadorias.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO PALCO


No Teatro tudo é permitido e, ao mesmo tempo, proibido. Todas as regras pre-estabelecidas de repente passam a não valer nada. O Teatro é paradoxal, contraditório e, acaba em alguns momentos se transformando numa arma. Muitos se arriscam em sua experiência, poucos compreendem a matriz dionisíaca que se apodera dos corpos frágeis e poéticos.
O Teatro é um processo. Só quem vive compreende as dificuldades e as alegrias. Plateia cheia, bilheteria gorda, nem sempre representa satisfação. Há uma grande diferença entre quantidade e qualidade. De cada cem pessoas, sete assimilam a mensagem. Sete são responsáveis por amar aquilo que fazemos. “Sete serão apenas aquelas que lerão o que escrevemos”, disse José Delmo.
Por falar em José Delmo, eu o vejo como o poeta da carne crua, da mão nua, do coração de papel. O mestre da arte cênica que apontou os caminhos e que descobriu seu próprio destino. O ator é um homem só. O escritor é um homem só. O diretor é um homem só.
A solidão procura no artista a descoberta. O artista encontra na solidão a transmigração de seus pensamentos.
No Teatro, a dor finge que sente. Assim como o poeta que mente. Mente porque é capaz de dizer a verdade. Diz a verdade porque é capaz de mentir. Somos todos mentirosos dizendo verdades.
No Teatro existe cura. A cura acontece quando você se encontra. E se encontrando, encontra o outro. Assim, percebe que a arte é feita de encontros. Entre pedaços de papel, cenas improvisadas, gestos inúteis, marcações despropositadas, surge o personagem. É necessário uma desconstrução para então, e somente então, construírmos. A construção é um processo de evolução. “A arte e os artistas devem evoluir, pois, caso contrário, só lhes restará regredir”. Como artistas devemos estar revendo nossas ideias até o último suspiro. Nietzsche assim não o fez ao afirmar em seu leito de morte que se existisse um Deus ele seria o mais miserável dos pecadores?
No Palco, um papel, “mais do que a ação na vida real, deve ser uma fusão das duas vidas – a da ação exterior e a da ação interior – num esforço mútuo que visa a alcançar um determinado objetivo”
Para que existe o Teatro? Para a plateia? Para o texto? Para a técnica? O Teatro existe para o ator, sem o qual não pode absolutamente existir. Afinal, o que é leve? O que é insustentável no processo de criação? Como diria Stanislavski: “Temam os seus admiradores! Aprendam, no devido tempo, a entender e a amar a verdade cruel a respeito de si próprios... Falem a respeito de sua arte somente com aqueles que podem lhes dizer a verdade”.
Quem já sentiu uma corrente fluir dos seus olhos ou da ponta de seus dedos em direção ao seu companheiro de cena? As pontas dos dedos são os olhos do nosso corpo. O diretor é um psicólogo e um artista e até certo ponto ele também precisa ser um ator. “Um ator vive, chora e ri em cena, e está o tempo todo atento as suas próprias lágrimas e sorrisos. É esta dupla função, este equilíbrio entre a vida e a atuação que constituem a sua arte”, disse Salvini.
O Teatro tem um palco. Um palco insustentável e leve.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

IMORTAL

Abel Pereira, um dos fundadores da ALI


Pois é. Acabei sendo eleito para a Academia de Letras de Ilhéus. Irei ocupar a cadeira número 13. A mesma que pertenceu ao escritor Jorge Amado e depois a escritora Zélia Gattai. Agora sou - como são chamados os eleitos para a Academia de Letras: IMORTAL.

Pode ter certeza que todas essas bençãos (prêmios, eleição, lançamento de livros) é fruto de um trabalho que já beira quase três décadas. Aprendi nas tribulações, nas vitórias, nas lutas. Sobretudo, nas tribulações, pois, como diz o apóstolo Paulo na carta aos Romanos: "...a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado..."

Sei que ainda há muita coisa a conquistar. Sei também que tudo isso é apenas o começo. Foi por tudo isso que nunca perdi a esperança.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O EMPRESÁRIO QUE GUARDAVA LIVROS


I


Eu já sentei no chão do banheiro, enquanto via minhas lágrimas se misturarem com a água que escorria pelo chuveiro. Já corri tanto até não agüentar mais. Subi no telhado da vizinha querendo ver a filha dela tomar banho. Já ouvi tantos “nãos” da minha mãe que me tranquei no quarto sem querer falar mais com ninguém. Briguei com o meu pai porque ele não queria que eu fosse a uma festa. Mandei meu avô ir cantar coco só porque ele não me deu dinheiro para comprar um sorvete. Colecionei gibis de super-heróis, selos, botões, tampinhas de refrigerante, sobretudo àquelas que traziam os personagens da Disney e quase que ela ficou completa se tivesse encontrado o Pato Donald.


Um dia, na primeira série, quando voltava para casa, foi acometido por uma diarréia. Não consegui segurar. A escola não ficava muito longe de casa, mas não deu tempo. Andei quase trocando as pernas, enquanto sentia o melado escorrer pelas coxas. Fui chacota de meus irmãos quando cheguei em casa pingando coco. Minha mãe me jogou embaixo do chuveiro e me lavou. Foi um vexame. Sempre tive estes intempestivos intestinais. Acho que meu intestino era frouxo, não agüentava muita comida.

Eu era um aluno esforçado. Estudava em escola pública. Tirava notas sempre na média. Nunca fiz nada de extraordinário até a quarta série primária. Digo até a quarta série porque foi nela, de verdade, que eu compreendi como podia ser alguém na vida. Entretanto, antes de ser o que eu sou, eu conheci a dor, o amor, a decepção, o desespero, a traição, a falsidade. Atributos que a vida nos apresenta e, se você não passa por elas, dificilmente irá compreender o sentido de tudo que lhe cerca.

Aos dez anos meu pai me deu um livro. Numa época em que eu pensava em ser o Super-Homem ou subir pelas paredes feito o Homem Aranha, meu pai, no meu aniversário, me dá um livro de presente. Sorri, peguei o livro e, furioso – não na frente dele – corri para o quarto peguei o bendito e joguei embaixo da cama.

Eu não gostava de ler. Quando lia, a professora quase não ouvia nada. Eu lia tão baixo, que parecia estar sussurrando. Foi numa daquelas leituras coletivas na sala de aula, que lendo baixo, a professora me deu algumas guarda-chuvadas na cabeça exigindo que eu lesse direito. Fiquei com raiva. Não queria mais ler.

Meu pai, então, acreditando estar fazendo a coisa mais legal do mundo, me dá um livro de presente ao invés do Ferrorama que eu via passar na propaganda da TV todos os dias. Eu sonhava com aquela ferrovia de brinquedo, com uma locomotiva a vapor, vários vagões juntos, como o vagão de carvão, de carga, de combustível, de passageiros.

Aquele livro ficou embaixo da minha cama uns três meses. Um dia, quando voltei da escola e joguei a mochila sobre a cama, lá estava ele, sujo pela poeira, mas inteirinho, em cima da cama. Antes de tomar café, minha mãe dissera que havia encontrado ao arrumar o quarto e me disse que meu pai tinha perguntado se eu havia lido. Aquilo me preocupou. Afinal, era um presente e se ele perguntasse sobre a história, sobre se eu tinha gostado ou sobre algum daqueles personagens? Voltei para o quarto pensativo, esperando que a qualquer momento fosse surpreendido pelo papai questionando sobre o livro. Foi aí que ao me deparar com aquele menino em cima de um planeta com uma flor como companhia que eu resolvi ler.


II



Ele me ensinou que o essencial era invisível aos olhos e que eu me tornaria responsável, para sempre, por tudo que um dia em viesse a cativar. Ensinou-me ainda que mais que ter dinheiro ou qualquer outra coisa, bom é ter amigos. Me fez ficar pensando se um carneiro, em algum lugar do universo, tinha ou não comido a rosa, toda vez que eu olhava para as estrelas. Fiquei com vontade de viajar pelo deserto, na África, e ficar debaixo daquela estrela esperando o menino dos cabelos de ouro, encontrá-lo e escrever para o autor dizendo que o Pequeno Príncipe tinha voltado. E eu descobri tudo isso apenas em um único livro.


III



Depois de ler o Pequeno Príncipe, eu saí do quarto correndo para contar ao meu pai tudo que eu havia descoberto. E assim, ao invés de ser surpreendido por ele, eu o surpreenderia contando-lhe aquela história fantástica do menino viajante e indagador. Quando virei o corredor, encontrei minha mãe chorando, na sala, sobre o sofá, sendo consolada pela minha irmã mais velha. Meu outro irmão estava encostado no sofá, com os olhos vermelhos, abraçado pela minha tia. Minha mãe ergueu a cabeça e abriu os braços me chamando. Quando ela me abraçou, eu vi a sala girar. E então, mamãe disse em voz baixa:

“Seu pai foi para um planeta distante”.

Eu não quis saber qual foi o planeta. Só pedi a Deus que o menino dos cabelos de ouro guiasse meu pai pelo universo sem fim. Foi a primeira vez que eu corri sem vontade de parar.



IV


Eu repeti a quarta série por dois motivos: meu pai tinha morrido e não queria mais receber guarda-chuva na cabeça só porque lia baixo. Minha mãe me tirou da escola pela segunda razão e por pouco não deu umas guarda-chuvadas na cabeça de dona Magnólia também, minha professora da quarta série.

Mudamos de bairro e eu mudei de escola. Minha nova professora toda vez que dava uma aula, parecia contar uma história. A escola ficava na periferia, perto da favela que a gente morava. Mas, era organizada. A diretora comemorava os aniversariantes do mês e ainda distribuía bombons e sorvetes para toda a turma.

A professora organizou uma gincana bacana com a turma. O aluno que conseguisse ler mais de três livros numa semana ganharia um fim-de-semana no Iate Clube do município, tudo por conta dela. Eu, que detestava livros, lá estava viajando naquelas histórias de Júlio Verne e Monteiro Lobato. Li Vinte Mil Léguas Submarinas, Reinações de Narizinho, e Emília no País da Gramática e de quebra reli O Pequeno Príncipe. Mas, não bastava dizer que leu os livros, era preciso ir até a frente da turma e contar tudo que tinha lido.

A vontade era tanta de tomar banho de piscina, comer num restaurante chique e brincar no parquinho do Iate Clube que eu não contei conversa. Corri para a frente da sala e comecei a falar. A princípio, estava quase sussurrando, mas depois que a professora disse para contar como se estivesse na história, a boca abriu e eu não quis parar mais. Falei quase a aula inteirinha, até a hora de tocar o sino para o recreio.

Depois daquele dia todos quiseram conhecer as aventuras escritas por Monteiro Lobato e Júlio Verne. Lembro-me ainda de ter visto lágrimas nos olhos da professora quando eu contei a história do Pequeno Príncipe e de como eu imaginava ver meu pai com ele navegando pelas estrelas.

Fiquei conhecido naquela escola como “o menino que contava histórias”. No fim do ano, ganhei um montão de livros bacanas. Cada livro que eu lia, sempre ficava alguma coisa. Fui vencendo as dificuldades que foram se apresentando na minha casa, na escola, na rua, lendo os livros. Certa vez, escapei de uma briga por causa de uma história que eu li. Alguns meninos me achavam chato, porque tirava notas boas e ficava sempre no grupo das meninas bonitas. Eles então me esperaram na saída da escola e planejaram me surrar, para que eu soubesse quem dava as ordens naquele lugar.

- Escuta aqui, pivete. Você se acha o tal, não é? Pensa que pode tudo com as meninas só porque ler um pouco mais que nós? – Disse o grandalhão que usava uma corrente de prata que parecia mais pesada que o pescoço dele.

- Você acaba de estabelecer um conflito, meu amigo. Não há nada que prove que eu me acho, nem tampouco que queira ser melhor que vocês. Eu estudo mais, porque quero ser alguém na vida. Sei mais, não porque sou mais esperto, mas porque leio mais. Se você ler mais, certamente você também saberá mais. Que vantagem você terá em me surrar pra mostrar quem você é, se todos já sabem? Quer se mostrar para alguém, diga a ela o que você sente, não como você faz.
O grandalhão ficou me olhando tentando entender.

- Você tá me zoando, cara? – Ele bradou.
- Não, estou querendo apenas ser seu amigo. – E estendi a mão.

Por pouco o outro estendeu a mão também. Mas, ele achou que a força era mais importante que o diálogo. Resultado: eu terminei o ginásio, ele abandonou a escola.


V



Meu quarto era também minha biblioteca. Nossa casa era pequena, não havia muito espaço. Então, construi umas prateleiras e fui guardando os livros que ganhava e que consegui comprar quando comecei a estagiar no Ensino Médio. À noite, quando dobrava o travesseiro e pegava um livro novo para ler, eu olhava para as prateleiras repletas de livros e pensava comigo:
E depois? Faço o que com todos vocês?

Eu estava diante dos autores, das histórias, dos contos que me ajudaram a chegar onde cheguei. Não podia ficar com eles só pra mim. Eu precisava sair dali e contar para todo mundo que meus melhores amigos me ensinaram a vencer.

Assim, quando terminei o Ensino Médio montei uma biblioteca comunitária no bairro, que funcionou na sala de casa. Depois, passei no vestibular, fechei a biblioteca, porque precisava pagar os estudos. Mas, a ideia de compartilhar aqueles ensinamentos não me saía da cabeça. Resolvi fazer Administração. E foi o que eu fiz.

(CONTINUA...)

terça-feira, 25 de maio de 2010

SEMANA DIFÍCIL


Pois é, caros amigos do solilóquio. Esta semana tem muito trabalho. A Caravana Cultural no bairro do Iguape - projeto que eu coordeno; estou em campanha para uma das cadeiras da Academia de Letras de Ilhéus; produzindo o Bahia de Todas as Letras com Gustavo - evento que acontece no próximo dia 02 de junho, no Teatro Municipal de Ilhéus; respondendo às diligências do Edital Jurema Penna - que tem que entregar até dia 27; tendo que fazer release de projeto Maio Mês da Dança, Rede Motiva, etc. Mas, com as graças do bom Deus vou driblando as dificuldades e vencendo as barreiras. Pra completar, ainda recebi uma encomenda da Ícaro Comunicação para produzir um texto e... ah, estou ainda na produção de um comercial ucraniano que deverá ser gravado no próximo fim-de-semana. Quer mais? Assim minha mulher não aguenta.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

GANHE INGRESSOS PARA ASSISTIR "AS AVENTURAS DE JOÃO E MARIA"


PROMOÇÃO JOÃO E MARIA
REGULAMENTO


1. Para participar da promoção envie um e-mail para o endereço: asaventurasdejoaoemaria@hotmail.com respondendo a pergunta: "Quais são as crianças mais famosas dos contos de fadas?"
2. Só é válido um e-mail por vez.
3. Serão sorteados 25 (vinte e cinco) ingressos casados. Ou seja, cada ingresso da direito a um acompanhante. Cada sorteado terá direito a um par de ingressos que poderão ser usados no dia 06 ou 07 de março de 2010, às 17:00 horas, no Teatro Municipal de Ilhéus.
4. O sorteio será realizado às 19:00 horas do dia 04/03/2010 no Teatro Municipal.
5. Promoção válida de 18 de fevereiro de 2010 a 04 de março de 2010.
6. Os ingressos deverão ser retirados na bilheteria do Teatro Municipal de Ilhéus até uma hora antes da apresentação.
7. A lista dos ganhadores será publicada no blog: http://www.aventurasdejoaoemaria.blogspot.com/
8. Os vencedores também receberão e-mail confirmando o prêmio.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ESTE É O ELENCO SELECIONADO DE JOÃO E MARIA

Em pé estão Andréa Bandeira (Cangaço), Rafael Silva (A Bruxinha que era boa), Val Kakau (Cangaço), Aninha Bandeira, Ciro Nonato e Ed Paixão (Cangaço). Para saber mais detalhes da peça acesse o blog: www.aventurasdejoaoemaria.blogspot.com

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

NOVOS PROJETOS

O audiobook ou audiolivro se tornou uma grande alternativa de mercado
Além da peça infantil "As Aventuras de João e Maria", alguns outros projetos estão permeando minha cabeça neste ano de 2010. Se 2009 foi bom, 2010 será melhor ainda. Entre eles está a transformação de "O Tesouro Perdido das Terras do Sem Fim" em audiolivro. Acabei de enviar um projeto para o Fundo de Cultura. Vamos aguardar o resultado. Por falar em resultados, até hoje ainda não saiu o resultado do Edital de Circulação de Teatro Jurema Penna. Estamos concorrendo com o projeto "Na Trilha de Lampião". Foram habilitados na primeira etapa 41 projetos. O nosso está na lista.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A BATALHA DOS NADADORES tem nova ilustração


As ilustrações feitas por Bruno Santana para o meu mais novo livro "A Batalha dos Nadadores", que estará em breve no mercado, estão na reta final. Assim que todas ficarem prontas mostrarei aqui no blog. Onde elas se encaixam no livro que deverá ser destinado à 3a e 4a séries do ensino fundamental vocês só ficarão sabendo quando comprarem o exemplar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

UFA! TERMINEI DE ESCREVER "AS AVENTURAS DE JOÃO E MARIA". Agora vou selecionar o elenco.

Estudo do possível cartaz

Baseado no clássico conto de fadas, João e Maria, escrito por Hansel e Gretel e coletado pelos irmãos Grimm, esta história ganha uma versão diferente. Querendo impressionar o amigo e cientista Doutor Otavius, João compra um livro de mágicas. Mas é convencido por um palhaço a experimentar o pirulito mágico que pode levá-lo a casa da Vovó Zilda, a fantástica gorda dos doces. Desconfiada, Maria faz de tudo para impedir que o irmão experimente o pirulito. Contudo, ambos acabam sendo enganados pelo palhaço Minduim e são sequestrados.
Eles são levados para a casa da Vovó Zilda. Ao contrário do que imaginavam, eles não comem doces, mas serão transformados em guloseimas para abastecer o mercado europeu. Para se livrar das garras da malvada Vovó Zilda, eles contam apenas com a ajuda da cachorra Baleia e do Doutor Otavius, que enfrentarão Curupira, ìndios e cobras para salvar as crianças.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

LANÇADA NOVA EDIÇÃO DO TESOURO PERDIDO DAS TERRAS DO SEM FIM


Chega às livrarias, a 1a. edição revista de "O Tesouro Perdido das Terras do Sem Fim", publicado pela Editora Via Litterarum. Nesta obra, ficção e realidade se misturam de maneira inovadora; recheada de mistérios, suspense e descobertas. Os pequenos Tati, Charlie e Gambá são personagens de umas férias inesquecíveis! Remontam a narrativa do desenvolvimento da Capitania dos Ilhéos, de modo descontraído, passando por lugares históricos e ambientes naturais. Uma trama inteligente, cheia de surpresas e mostra de conceitos, além de conhecimentos acerca da colonização pelos alemães, da existência dos índios aimorés, da catequização destes pelos jesuítas, das primeiras igrejas, dos tempos áureos e da decadência do cacau.


Pawlo Cidade consegue, com uma linguagem simples, contar História de modo alegre e inusitado, percorrendo a entremeio, várias espécies vegetais e animais. Um verdadeiro tesouro literário, didático e pedagógico a ser desvendado, revivido e visitado por quem gosta de uma boa leitura e acredita também ser possível salvaguardar e dar vida à natureza.


Una-se a esta turma corajosa e embarque você também, nesta aventura em busca do tesouro perdido das Terras do Sem Fim!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ILUSTRAÇÃO DE BRUNO PARA "A BATALHA DOS NADADORES"




Bruno Santana acabou de me enviar esta ilustração para "A Batalha dos Nadadores". O que vocês acham? Ainda não está totalmente finalizada mas o rapaz desenha bem. Devo fechar com ele as ilustrações deste romance infanto-juvenil.

DUAS PEÇAS DE TEATRO A CAMINHO

Vida de escritor não é moleza. Acabei de receber uma encomenda de um espetáculo infantil. Comecei a escrever, mas ele não deslancha. Preciso aprontá-lo até quarta-feira. Estou também no empenho de concluir "A peleja do Soldado Valente e a Paixão do Salvador", para montar com meus alunos de teatro e alguns atores convidados. Vamos nessa.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Em 2010, se o Deus permitir estarei publicando estes três romances infanto-juvenis





O Caminho de Volta conta a história de um grupo de gansos numa rota migratória de volta. No percurso, eles enfrentam vários perigos e desafios. Caminho de Volta retrata ainda a força da união e o laço familiar, importantes no convívio diário.
Mistério na Lama Negra narra a aventura de três adolescentes: Charlie, Tati e Gambá na busca pelas causas que levaram a mortandade do caranguejo-uçá, em Puxim do Sul, Campinhos e outras localidades do município de Canavieiras. Na investigação eles são perseguidos por um poderoso fazendeiro do cultivo de camarão, o fantasma de um padre e um velho pescador.
Em A Batalha dos Nadadores, siris e caranguejos são levados a uma batalha onde apenas uma espécie sobreviverá. A Batalha dos Nadadores é uma fábula. Ela faz referência a uma batalha do mesmo nome, ocorrida em 1549, no Cururupe, em Ilhéus, Bahia, que quase dizimou uma tribo inteira de tupinambás.

TIRINHAS

  Texto: Pawlo Cidade Deadpool: Marca registrada da Marvel Jorge Amado: Foto de Mario Ruiz Mais tirinhas na minha página oficial do Instagra...